Não,
não voltarás a entrar,
por aquela porta onde um dia,
eu desejei tanto te ver chegar...
Lembro de todas as vezes,
que ansiosa te esperei,
e só eu sei Deus meu,
o quanto eu te amei...
Amei-te sem reservas,
de porta escancarada,
mas hoje fechei-a à chave,
não a volto a abrir por nada...
Hoje és persona non grata,
nesta minha habitação,
quero-te fora da minha casa,
longe do meu coração...
Não,
não voltarás a entrar,
hoje amo-me mais a mim,
sei que houve momentos,
que te amei somente a ti...
Mas valor a isso não deste,
mas o tempo foi meu amigo,
depois te teres saído porta fora,
desejaste ter ficado comigo...
É tarde muito tarde,
aprendi a viver sem ti,
não passas de um visitante,
que na minha casa permiti...
Por vezes bates-me à porta,
pensando que eu esqueci,
mas eu não conseguirei nunca esquecer,
o quanto sofri por ti...
Hoje, sei o que é orgulho,
orgulho de ser mulher,
aprendi com o meu sofrimento,
o quanto feliz posso ser...
Fechei-te a porta na cara,
e não voltarei a abri-la a ti,
mas abrirei a outro amor,
se ele estiver reservado para mim...
Se pensaste que deitei a chave fora,
muito enganado tu estás,
eu só espero a hora,
de mostrar que também sou capaz,
de trazer para dentro de casa,
aquele amor tão esperado,
que entra e sai pela porta,
e será sempre desejado...
*** Ártemis ***
